domingo, 5 de junho de 2016

VIAGENS DE MIGUEL

Miguel é um dos meus amores. Tenho muitos, múltiplos, heterogêneos e imprevisíveis. Claro, Miguel é dos mais intensos e próximos. Ele me toca, afeta as "minhas" profundezas mais superficiais, ou seja, solicita mais pele, pele de pai, pele de companheiro, pele de amigo e cuidador. Miguel é belo e imprevisível. Sua natureza apolínea, e ao mesmo tempo dionisíaca, afronta as pulsões mais elementares. O Mundo é o seu mundo. Vive nos e dos paradoxos de uma infância brilhante e solar, sorri ao cosmos, cumprimenta os passantes, diz "oi" ao desconhecido, se faz notar. Ele é a pura expressão. Oh, Spinosa! Miguel antes me chamava de antonio e deu pra me chamar de pai. No entanto, gostaria de lhe dizer (e digo!) que não quero ser pai e sim uma partícula da natureza de onde ele, a Vida, veio. Sim, tudo é muito simples. Miguel é doce, sensível e ao mesmo tempo cruel nas exigências para agora e ontem. Assim, faço como posso (ou não...) para atendê-lo, estar com ele, amá-lo, enquanto consigo traçar formas de prudência do viver em sociedade. Que não é fácil...

A.M.

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