A DOR E O LUCRO
A maioria dos relatos e das imagens que chegam até o público ocidental (aí incluo também nós, brasileiros) da onda de refugiados que inunda a Europa concentra-se na travessia do Mar Mediterrâneo. As cenas de barcos à deriva abarrotados de africanos são tão repetitivas que quase já não despertam mais grande assombro.
Uma primorosa reportagem interativa assinada por Malia Politzer e Emmily Kassie publicada no Huffington Post conta o que acontece antes de os refugiados africanos chegarem ao litoral da Líbia para embarcar rumo à Itália. E destrincha, com detalhes, a economia ilícita que esse tráfico de pessoas movimenta. Trata-se de um aspecto pouco conhecido desse fenômeno global.
A investigação jornalística é centrada em Agadez, no Níger, o ponto de distribuição desse mercado humano. Ali chegam do próprio Níger ou de outros países africanos pessoas que fogem do desemprego e da miséria — os chamados migrantes econômicos — ou da violência de grupos islâmicos radicais e de conflitos regionais — os refugiados de guerra. Dali, são levados por atravessadores para a Líbia, numa perigosa travessia do deserto do Saara que dura três dias.
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Diogo Schelp, Veja.com, 07/01/2017, 09:28 hs
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