segunda-feira, 14 de agosto de 2017

NADA A CRITICAR

Sob a ótica da diferença, a crítica à psiquiatria não é uma crítica. É comum à crítica conter um elemento paranóide que toma o seu objeto como persecutório. Além disso, sob as condições do capitalismo axiomático, a crítica se torna um dispositivo social que abastece o discurso midiático, por exemplo, de redundâncias sintáxicas e semânticas. Uma crítica que não ofende. Ela funciona no modo logorréia... pomposa até o infinito... veja políticos explicando a saúde. Ao contrário, a diferença quer escapar do universo da representação (como o da Academia dos doutos) e mergulhar no real-cruel-empirico da clínica. Este é o lugar do não-lugar: o da loucura. Não aquietar paixões e/ou resfriar intensidades do corpo! É outra coisa: mora no avesso da história psiquiátrica oficial e infiltra-se no tecido da prática clínica cotidiana. Não, pois, é uma crítica, mas uma micropolítica.

A.M.

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