A VERDADE DA IGREJA
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A grande responsabilidade do problema de abuso sexual na Igreja é claramente do papa João Paulo II, que fez vista grossa à questão por mais de 20 anos. De meados da década de 80 até 2004, a Igreja gastou US$ 2,6 bilhões em acordos judiciais nos EUA, em sua maioria pagamentos para vítimas se manterem em silêncio. Casos na Irlanda, Austrália, Inglaterra, no Canadá e México seguiram o mesmo modelo deprimente: as vítimas eram ignoradas ou ameaçadas, mesmo quando os padres acusados eram silenciosamente transferidos a novas paróquias, nas quais eles muitas vezes repetiam os abusos. “João Paulo compreendia a situação: protegendo os padres culpados e protegendo os bispos que os encobriam, ele protegia a instituição de escândalos”, me disse numa entrevista por telefone o padre Thomas Doyle, advogado canônico encarregado pelo núncio papal dos EUA de investigar abusos cometidos por padres enquanto trabalhava na embaixada do Vaticano em Washington, em meados dos anos de 80, quando os primeiros processos judiciais começaram a aparecer.
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Alexandre Still paraThe New York Review, Época,12/02/2019, 10:26 hs
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