sábado, 20 de abril de 2019

MEDO DE BELZEBU

Depois de escrever biografias de Cleópatra, a rainha do Egito e Véra Nabokova, a mulher do romancista russo Vladimir Nabokov, autor de Lolita , a premiada jornalista americana Stacy Schiff resolveu investigar o que levou uma cidadezinha de colonos protestantes na Nova Inglaterra a executar 14 mulheres, cinco homens e dois cãezinhos em 1692. No livro  As bruxas: intriga, traição e histeria em Salem  (Zahar, 340 páginas, R$ 89,90), recém-lançado no Brasil, Schiff reconstitui as acusações, o julgamento e as condenações que assombraram a cidadezinha puritana no final do século XVII. Os julgamentos de Salem foram devidamente documentados pela Justiça de Massachusetts, à época uma colônia britânica. Schiff consultou milhares de páginas de processos judiciais e diários pessoais para explicar como medo do demônio fez colonos piedosos denunciarem suas mulheres, seus vizinhos e vários inocentes por bruxaria – mais de 700 bruxas teriam sido vistas sobrevoando Massachusetts naqueles dias tenebrosos. “As bruxas” conta como interesses religiosos, políticos e econômicos sustentaram a cruzada dos cidadãos de bem da colônia contra aqueles que decerto tinham parte com o diabo e mulheres que incomodavam por saber um pouco demais.
Schiff, vencedora do prêmio Pulitzer, conversou com ÉPOCA sobre a reabilitação das bruxas pelo movimento feminista e as semelhanças entre Salem e as redes sociais. 
(...)

Ruan de Sousa Gabriel, Época, 20/04/2019, 12:28 hs


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