sexta-feira, 19 de abril de 2019


O FIM E O FIM DO DIAGNÓSTICO PSIQUIÁTRICO

VII

O declínio do diagnóstico psiquiátrico refere-se à sua função terapêutica, e não à sua função de controle. Na prática da diferença, de nada adianta enunciá-lo se o desejo não for o de encontrar o paciente, e assim, poder ajudá-lo. A psiquiatria oficial não quer isso, não funciona assim, ela é a psiquiatria do Mercado, portanto, comércio de almas aflitas. Trabalhamos com grandes síndromes (coleção de sinais e sintomas - as síndromes depressivas, por ex.) mas sempre na perspectiva do Encontro, enquanto a técnica vem depois... Um olhar ético-estético e político estabelece as linhas do Encontro. Assim, a crítica ao diagnóstico psiquiátrico não é algo dito e assumido fora da prática psicopatológica. Ao contrário, brota de dentro da relação com o paciente, de dentro do real atualizado em signos dispersos e intrigantes. Que é isso? O que se passa?O que se passou? Uma perplexidade se instala como paradoxo. Existe hoje quase extinção do diagnóstico porque explodem por toda parte mil diagnósticos. Eles se equivalem como função de controle homogeneizante para milhões de bipolares, psicóticos, borderlines..

A.M


P.S. - Texto revisado e republicado.

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