NIETZSCHE: O QUE É VIVÊNCIA?
O conceito de vivência vai se tornando cada vez mais importante para Nietzsche ao longo de sua obra. Principalmente a partir de Aurora. Uma vivência leva tempo para tornar-se madura e o mesmo vale para ela enquanto conceito para Nietzsche. As vivências estão sempre inscritas no corpo, e isso não acontece da noite para o dia.
Em um primeiro momento ela é a imediaticidade da vida, é simplesmente um “estar presente quando algo acontece“, uma ligação direta, um estar lá sem mediações. A vivência possui neste momento muito mais um conteúdo estético do que racional, sua importância é sentida na pele! Em um segundo momento, ela é algo que possui um significado, não é algo que passa desapercebido, pois foi vivida com intensidade. A vivência é algo de único, de imediato, resultado de experimentações, mas que passa dias, meses, mesmo anos sendo processada. São as vivências que constroem a roupagem de uma pessoa.
Trata-se de uma experiência estética-individual-imediata. Vivência como contra-conceito da razão! Uma razão inadequada! Não é racional, por isso seu conteúdo está sempre parcialmente obstruído. Nietzsche traz este conceito em contraposição à razão tradicional. Claro, pois a vida necessita agora ser avaliada apenas pela própria vida e na própria vida! Não por uma razão despótica! Quem poderia avaliar uma vivência senão uma vida como constante processo?
(...)
Rafael Trindade, do site Razão Inadequada
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