segunda-feira, 19 de agosto de 2019

POLÍTICAS

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Todos se unem quando se trata  de barrar a loucura. Mesmo os mais  bem intencionados, os  cultos, os do bem, os da academia;  toda  a tralha conscienciosa embuida dos princípios do cristianismo. Esta é a condição. A máquina psi avança naturalmente  nas organizações do capital. Ninguém diz  nada. O silêncio se avulta de cinismos  sofisticados. Ele conhece as linhas  ocultas do sistema  monstruoso. O horror econômico  perde para  o  ético. O  palavrão (ético) converteu-se em mercadoria santa. Por toda a parte o Estado regurgita matérias não comestíveis.  A máquina  psi recebe  comensais  de luxo para  o banquete das auroras  perdidas. Alguém passa  mal. Quem? Levem-no ao laboratório das almas pet. Laudo médico: encontram-se imagens do infeliz vegetando entre florestas que nunca existiram. Não aproveitou o banquete, não riu das criaturas  da noite. Foi excluído. Então, como fazer para não viver morrendo entre os escombros autorizados por decretos estatais?  Militamos por  uma ideia de múltiplas vidas se ligando em direção ao sentido  dos paradoxos. Deleuze é um intercessor que serve de linha do destino, perigosa e rápida, enquanto a polícia do Estado e a do Mercado batem à  porta. Urge a camuflagem  do cotidiano como porta aberta para o infinito. Castañeda, Miller, Prigogine, Guattari, Artaud, Nelson Rodrigues, Klossowski, Lovecraft, Poe, Millor, Foucault e muitos outros, aceleram o processo, produzem a produção, escarnecem o antigo. Tentam criar auroras ensolaradas. Mas no Brasil a  máquina  psi, como sede da  corregedoria do real, breca a saída da porta do infinito. Tornar-se concreto e veloz em práticas políticas cruéis é uma possibilidade.O virtual existe. Marx resiste. Bakunin é um aliado esquizo. A poesia poetiza. Sem tempo, o tempo se angula, se flexiona, se dobra, se faz, se produz. Uma alegria (gratuita) se espraia.
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A.M.

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