VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
“O melhor dia da minha vida foi quando eu conheci a Ágatha. O pior foi quando eu a matei”, diz Jhony Marcos Barcelos de Souza, 27, preso há três anos no Centro de Detenção Provisória da Serra, no interior do Espírito Santo. Feminicida confesso, ele assassinou a companheira a golpes de picareta quando ela anunciou a intenção de se separar. “Pra ser sincero com você, estou melhor do que mereço”, afirma em entrevista ao EL PAÍS dentro da unidade prisional que comporta pouco mais de 580 presos, mas abriga 979. Conhecido atrás das grades como Korbãn —palavra hebraica que significa sacrifício, em tradução livre—, Jhony fala em tom calmo: “Eu acho que deveria estar morto. Ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém”. No Brasil, onde ocorrem 13 feminicídios por dia segundo o Atlas da Violência 2019, o caso de Jhony se soma a outros milhares —4.936 só em 2017 para ser preciso— que fazem do país um dos recordistas em morte de mulheres no mundo.
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Gil Alessi, El País, Serra (ES), 17/08/2019, 22:13 hs
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