quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

FRATURA EXPOSTA

Não só o louco é  convertido à categoria de doente e o não-doente convertido à categoria de louco, mas a psiquiatria  converte-se à ciência e faz um  trabalho de rescaldo social.  O  que está em jogo não é o psiquiatra-pessoa. Este obedece, só obedece  (mesmo  sem saber). A questão  é outra.   São as relações institucionais, a materialidade do ato clínico. O eu-consciência sustenta a psicopatologia. Hoje, a equação se alarga. Temos eu=consciência=cérebro, base  ontológica   para se passar remédios.  Na ausência  de  uma teoria  psiquiátrica dos afetos e da subjetividade, quem responde ao psiquiatra é o “eu-consciência-cérebro”. Este  é o “sujeito”. Eu-consciência para o manejo psicoterápico cognitivista. Cérebro para o farmacológico, não necessariamente nesta ordem.
(...)
A.M.    

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