DECLÍNIO
Sob o arco obscuro da nossa melancolia
Brincam , à noite, as sombras dos anjos mortos.
Por cima do regato branco
As aves selvagens partiram.
Absortos , debaixo dos salgueiros brancos,
As nossas faces acariciam estrelas amareladas.
A testa das noites passadas inclina-se sobre nós .
O rosto dos túmulos brancos fita-nos sempre.
Suavemente, o céu desaba sobre a colina desértica,
Os muros escalvados do bosque outonal.
Sob o arco de espinhos
Ó meu irmão , descemos, ponteiros cegos, em direcção à meia-noite.
Georg Trakl
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