O MAPA DA PROPINA
Um documento produzido pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos revelou que a Odebrecht e a Braskem pagaram 1 bilhão de dólares em propina a políticos, funcionários de governo e estatais, e intermediários de doze países, incluindo o Brasil. Os valores ilícitos teriam como objetivo conseguir contratos e benefícios em mais de cem projetos. A informação era mantida em sigilo até esta quarta-feira, quando o órgão americano assinou um acordo de leniência (uma espécie de delação premiada de pessoas jurídicas) com as duas empresas junto com autoridades brasileiras e suíças.
De forma genérica e sem revelar o nome dos envolvidos, o documento detalha o pagamento de vantagens ilícitas em cada um dos doze países. Na Argentina, por exemplo, a empreiteira teria pago cerca de 35 milhões de dólares a intermediários que repassaram a cifra a agentes do governo, entre 2007 e 2014. A propina referia-se ao contrato de pelo menos três projetos de infraestrutura e teria gerado cerca de 278 milhões de dólares em benefícios à empresa. Na Venezuela, a propina paga chegou ao montante de 98 milhões de dólares e se deu entre os anos de 2006 e 2015. O suborno teria servido para obter contratos de estatais venezuelanas.
Segundo o documento, os pagamentos saíram do Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht, estrutura que foi descoberta pela Operação Lava Jato e cuja função era mascarar a propina paga pelas empresas do conglomerado.
Eduardo Gonçalves , Veja.com, 21/12/2016, 20:21 hs
Nenhum comentário:
Postar um comentário