NEM NOVO NEM FELIZ
Esqueça o brinde do Réveillon. O ano de 2018 não será feliz nem novo. A corrupção generalizou-se de tal modo que sumiu até a confiança. Você fará um favor a si mesmo se agir para reduzir os danos. Não há muitas opções. Ou você é otimista ou é inteligente. O desespero até que é uma boa. O que o país não aguenta mais é essa euforia que costuma inundar a alma do brasileiro entre a virada do ano e o Carnaval. No momento, a esperança é a última que mata.
O Brasil já foi, como se sabe, o país do futuro. Este é o título de um livro que Stefan Zweig, autor austríaco mundialmente conhecido, publicou em 1941: “Brasil, País do Futuro.” Nessa obra, Zweig anotou que o Brasil “quase não deveria ser qualificado de um país, mas antes de um continente, um mundo com espaço para para 300, 400 milhões de habitantes, e uma riqueza imensa sob este solo opulento e intacto, da qual apenas a milésima parte foi aproveitada.” As impressões de Zweig sobre o Brasil foram alvissareiras: “Percebi que havia lançado um olhar para o futuro do mundo.”
Decorridos 76 anos, Stefan Zweig não está mais entre nós. Suicidou-se. Suprema ironia: com os olhos voltados para o futuro, não suportou o presente. Vivo, talvez escrevesse outro livro: “Brasil, País do Faturo.” A opulência sob o solo já não está tão intacta. Prospecta-se até o óleo armazenado em alto mar, sob a camada do pré-sal. Mas o proveito é para poucos. Por ora, a riqueza chegou apenas aos bolsos daqueles que conseguiram plantar bananeira dentro de cofres como os da Petrobras.
(...)
Do Blog do Josias de Souza, 01/01/2017, 05:05 hs
... ooooh! cruel, e verdadeiro!
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