domingo, 21 de agosto de 2011

SEM TEMPO

Existe uma psiquiatria hipermoderna?

(...) É no último quartel do século -anos que precederam a rotação da CID- 9 para a CID- 10, e sob a influência decisiva da nascente "Psiquiatria de Resultados", que opera-se um corte, digamos, uma ruptura epistemológica, vindo o saber psiquiátrico não mais balizar-se pela sua história e sim pela visão multiaxial, onde descrição, fenômeno e psicodinâmica cedem lugar às diretrizes diagnósticas.
É nesse engessamento teórico que o psiquiatra "se torna um burocrata", como disse o Prof. Valentim Gentile Filho, tornando o conceito em psiquiatria um artefato de consumo com obsolescência planejada. A angústia tem que ceder imediatamente. O diagnóstico deve ser feito ontem .
Não há tempo para mais nada. (...)

Bernardo Assis Filho - ex-presidente da Associação Psiquiátrica da Bahia - fragmento de artigo publicado em outubro/2007 no Jornal "Conflito" da APB.

Nenhum comentário:

Postar um comentário