sábado, 27 de agosto de 2011

SOCIO-PSICODRAMA NO SERVIÇO PÚBLICO - 8

A 8ª sessão fortaleceu as relações  intra-grupais. Ausente um componente do grupo (justificado), trabalhamos no plano das escolhas sociométricas, observando as identificações em torno do papel-mulher. O problema   chamado de " baixa auto-estima" emergiu como "protagonista-tema", a partir do que a sessão girou nos  relatos de situações existenciais complexas. A baixa estima despontou na vida atual de todas as pacientes.  Busquei pontuar algumas  linhas sociais que fabricam a vergonha, a despontencialização do "ser-mulher", a Forma estética-clichê da "mulher gostosa" e  a desvalorização do desejo-produção feminino. Desnaturalizar a realidade.  Tais pontuações eram realizadas no próprio  fluxo das narrativas, visando torná-las  úteis a um entendimento de si mesmas a partir de um fora (o coletivo) que não costuma  surgir  como tal e sim como vivência de um eu "franzino". Como diz o Guattari "Será que sou uma merda?". Lentamente o grupo vai se diferenciando como processo, agenciando forças de todos os tipos. Evito o enfoque na pessoa da paciente e enfatizo as forças afirmativas que constituem essa pessoa (e esse corpo) nas relações com o mundo. Me parece essencial  evidenciar às pacientes que o tratamento farmacológico não vai resolver os problemas e sim cronificá-los. Isso não é dito de modo explícito, mas compõe os argumentos em torno da pergunta (implícita): "O que quero fazer da 'minha' vida"?

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