Você escutou o esquizofrênico? Qualquer possibilidade de fazê-lo esbarra nos códigos do eu-psiquiatra. Portanto, sem chance. O comportamento deve voltar aos trilhos. As correntes afetivas estão obedientes de novo. Não há delírio. As alucinações se foram. A exemplo do esquizofrênico residual, talvez a alma tenha partido e a ordem volte a reinar. A psiquiatria organiza, pois, a desordem e faz valer a razão triunfante dos fármacos à mão. A indústria farmacêutica agradece. Contudo, mesmo fora das psicoses, a aliança dos fármacos com a psicologia estabelece os sistemas viventes adequados ao equilíbrio de um admirável mundo novo. Sem sofrimento.
Antonio Moura - do livro Linhas da diferença em psicopatologia
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