quarta-feira, 3 de outubro de 2012

PODERES

O poder como fundo  opaco, a aura da  felicidade  humanista de servir ao próximo, o culto à ciência como artigo de fé, o respeito contrito à  Academia, que mais será a ciência do cérebro? Deus  meu, livrai-nos de todo  o mal não explicável por conexões  cerebrais. Contudo, isso é  fácil de provar: não pense.Falemos de outra coisa: a traição.A política não é bem vista pelos  cientistas. Eles a desprezam em favor de uma pureza de princípios e  métodos. Todos pelo  progresso. Um, dois, três, sigamos a população serial de neurônios aflitos.Aquestão da psiquiatria, hoje, é a produção de um  pensamento único e do acriticismo.  A ciência do cérebro apóia isso,  mas ela não é a psiquiatria. Um agenciamento neuro-psiquiatria é uma máquina de produzir mentes. A busca da causa das doenças (quais?) torna-se produção de causas, portanto, de uma razão  médica. O sistema  límbico, reduto dos afetos, molda e é moldado pelo que está fora. Não é possível ver a mente. Ela compreende relações e fluxos que precedem coisas e substâncias. Não existe O poder. Existem forças dispersas querendo se afirmar.  Oh  Nietzsche.
(...)
A.M.

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