terça-feira, 27 de novembro de 2012


PENSAMENTO

O que se costuma chamar de “pensamento” são atividades cognitivas marcadas pelo uso representativo do conceito. A representação ( identidade, consciência,  eu, etc) é pura  Conserva.  A psiquiatria funciona segundo eixos representativos evidentes. Tomemos como exemplo o de “especialidade médica”. Ele neutraliza investidas críticas. Em tempos de especialismos,  o suposto  saber  representa. O sonho da representação é estancar os devires. Delirar é um processo cujo combustível é o desejo-produção. Ele explode os esquemas físico-químicos (que remédio prescrever?), familiaristas (quem é o culpado?), dilemas da consciência (ser ou não ser?) ou as  vicissitudes  do  eu( quem sou?). Assim, o pensamento como cognição é muito pobre para se  fazer  chegar à subjetividade dita  patológica. No entanto, a psiquiatria atual se serve dele numa Axiomática conectada ao modo de produção capitalista. É uma  aliança embutida na fraseologia  do especialismo. Desaparecem as possibilidades de pensar  diferente porque o pensamento está  dado como cognição redundante do real. A psiquiatria biológica não mais  se pergunta o que é  o real, de que  real  se  trata.  Gigantesco narcisismo, ela é o próprio real.
(...)
A.M.

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