Todas
as éticas partem do eu. São
ridículas. A psiquiatria parte do
eu. Seria melhor se ela, ao contrário, partisse o eu em mil conexões, subjetividades. Você acredita? Os pacientes não acreditam, creditam à
psiquiatria um ganho sobre si
mesma, um empreendimento. Procuram
um psiquiatra remedeiro que resolva.
O molde está pronto para quem quiser.Ser-médico? Ser-paciente? Ou o inverso. O mundo roda. A ética desceu
das alturas para o fino contato terrestre. Nada pronto. Qual a ética da psiquiatria? A regra acadêmica, recheada de boas intenções, diz: vocês têm que ser felizes, principalmente às
custas do remédio químico, pois,
afinal, a mente é
pura bioquímica, ninguém duvida. Contudo,
não
há diálogo frente às destruições
concertadas da subjetividade. Esta é
uma fala de loucos forclusivos ou apenas delirantes. O universo
psi serve tão somente para barrar e borrar o desejo em suas
expressões imperceptíveis. Pouco
mais a dizer aqui senão o escape micro-político. A psiquiatria é o delírio crônico.“Eus”à postos, salvaguardas da razão, argumento indefensável a favor do
sistema. No entanto, alguma coisa vaza.
(...)
A.M.
Nenhum comentário:
Postar um comentário