O CÉREBRO SENTE
(...) (...) Consideremos a psicopatologia com os seus sintomas+sinais =diagnóstico, ao jeito da psiquiatria. Mesmo tal enunciado corresponde a uma multiplicidade. O paciente é composto por linhas singulares misturadas às linhas diagnósticas. A vivência de cada uma delas corresponde aos devires em curso ou a serem desencadeados. A multiplicidade-paciente compõe-se com outras, inclusive a multiplicidade-médico-que-o-atende ou o psicoterapeuta, etc. Ligá-la a outras multiplicidades implica em considerar o Encontro no próprio seio dessa realidade. Sem o encontro não há multiplicidade, ou o inverso. Os devires são relações singulares com as pessoas, os objetos, o mundo.A rigor, eles não são mas tornam-se, esta a própria definição do verbo. No caso do devir-pensamento, muda a concepção de cérebro, muda a prática clínica. Não estamos mais diante de um cérebro-objeto à espera da fabricação de imagens que irão representá-lo num écran, e sim de um "cérebro-pensamento", marcado por linhas existenciais incertas a serem exploradas.
(...)
A.M.
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