quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O CÉREBRO SENTE

(...) (...) Consideremos a psicopatologia com os seus  sintomas+sinais =diagnóstico, ao jeito da psiquiatria. Mesmo tal enunciado corresponde a uma multiplicidade. O paciente é  composto por  linhas singulares misturadas às linhas diagnósticas. A vivência  de cada  uma delas corresponde  aos devires em curso ou a serem desencadeados. A multiplicidade-paciente compõe-se com outras,  inclusive a multiplicidade-médico-que-o-atende ou o  psicoterapeuta, etc. Ligá-la  a outras  multiplicidades implica em considerar o Encontro no próprio seio dessa realidade. Sem o encontro não há multiplicidade, ou o inverso. Os devires são relações singulares  com as pessoas, os  objetos, o mundo.A rigor, eles não são mas tornam-se, esta a própria  definição do verbo. No caso do devir-pensamento, muda a concepção de cérebro, muda a prática clínica. Não estamos mais  diante  de um cérebro-objeto à espera  da  fabricação de imagens que  irão representá-lo num  écran, e sim de um "cérebro-pensamento", marcado por linhas existenciais incertas a serem exploradas. 
(...)
A.M.

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