TRANSTORNOS DA REFORMA PSIQUIÁTRICA
A reforma psiquiátrica encontra-se travada. Entre as causas, pelo menos duas. 1ª) Falta de vontade política dos poderes públicos; 2ª) Psiquiatrização das equipes técnicas. É claro que estes dois ítens, principalmente o primeiro, estão condicionados aos fatores e problemas singulares de cada cidade ou região do país. No segundo caso, contra a “psiquiatrização” ergueu-se uma oposição: a luta anti-manicomial; isso gerou uma espécie de dualismo encardido: psiquiatras versus não-psiquiatras. E o paciente? A coisa permanece ao nível do eu e da consciência. Vaidades se erguem. Pergunto: onde está a loucura? Qual a concepção e a relação destes dois segmentos com a loucura? Percebe-se ressentimentos crônicos assombrando corporações, e - pior - práticas clínicas anacrônicas. A reforma não avança. Poucos se afastam do “euzinho” privado. A neurose permanece o muro do significante.
(...)
A.M. - (2010)
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