ESTADO DAS COISAS
O deprimido vive o "endurecimento" do presente.O passado lhe condena e o futuro lhe ameaça. Resta o presente como uma espécie de refúgio ao devir. A depressão é um anti-devir, tentativa (obviamente) fracassada de fazer parar o tempo. Desse modo, a Depressão se instala e circula por todos as partes onde o devir coagula. O meio são as instituições molares. Não se vive, não se cria, não se sente, mas se sobrevive.O organismo físico-químico, devidamente fabricado, mensurado e comercializado pelo biopoder médico, é uma dessas instituições. Suas couraças musculares (Reich) alimentam-se do consumo automático de uma subjetividade quimicamente induzida. Esta constitui o presente do tempo e o mercado dos anti-depressivos à mão.
A.M.
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