A DIFERENÇA DA CLÍNICA
(...) (...) O encontro com o paciente substitui o exame, já que o paciente “se sustenta” pelos afetos. O exame não capta os afetos. Ele busca visibilidades. Mas a mente não é visível, mensurável ou palpável. O humor é o afeto que mais se aproxima de uma “mensuração”. Há graus de variação a respeito. Desse modo, a opção pela pesquisa do humor não deixa de considerar a sua importância semiológica. A clínica do Humor é uma prática que se impõe, às vezes de forma positivista, fabricando deprimidos crônicos no lugar de subjetividades potentes. Deprimidos crônicos ou ex-deprimidos agudos. Contudo, para além do humor, afetividades insistem. O problema é: quem as detecta? Os afetos são mais profundos que o humor, se ligam às crenças e é através delas que o paciente obtém uma consistência básica para existir. “Eu acredito”, diria alguém, mas “acredita em quê?”.
(...)
A.M.
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