sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A DIFERENÇA DA CLÍNICA

(...) (...) O encontro com o paciente substitui  o exame, já  que o paciente “se  sustenta” pelos afetos. O exame não capta os afetos. Ele busca visibilidades. Mas a mente não é visível, mensurável ou palpável. O humor é o afeto que mais se aproxima de uma “mensuração”. Há  graus de variação a respeito. Desse modo, a opção pela  pesquisa do humor não deixa de considerar a sua importância semiológica. A clínica do Humor é uma prática que se impõe, às vezes de forma  positivista,  fabricando deprimidos  crônicos no  lugar  de subjetividades  potentes. Deprimidos crônicos ou ex-deprimidos agudos. Contudo, para além do humor, afetividades  insistem. O problema é: quem  as  detecta? Os afetos são mais profundos  que o humor,  se ligam às crenças e é através delas que o paciente obtém uma consistência básica para existir. “Eu acredito”, diria alguém, mas “acredita  em quê?”.
(...)
A.M.

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