quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

TUDO É PRÁTICA

(...) (...)  Através de uma clínica da diferença  poderemos tentar entender os processos  subjetivos.  Assim,  a subjetividade (em  psicopatologia)  nasce da clínica,  mas dela se separa ao lidar   com as forças do Caos. É possível  ir para além de 1-um mundo interno; 2- uma consciência; 3- um  eu; 4-um cérebro. O subjetivo ultrapassa a barreira das entidades fixas do  psiquismo. Devido  às  codificações sociais, isso  não é  fácil  de perceber, mesmo  ao clínico mais arguto.O construto “doença mental”, ”transtorno mental” ou “transtorno psicológico”encobre as linhas  vivenciais  do  paciente. Realiza  uma espécie de  decalque do patológico, cadastrando-o num diagnóstico fixo e essencial. Os processos subjetivos “desaparecem”em prol do diagnóstico. Trata-se da instauração de um regime de verdade: o  diagnóstico. Por  isso, necessitamos   inserir  a  vivência da loucura como antimodelo da subjetividade. Na verdade, a loucura se “constitue” de vivências múltiplas que  não se conjugam em torno de um centro ordenador. Antes de serem  consideradas  psicóticas,  tais  vivências expressam linhas de vida não codificáveis. Depois, se  for o caso, sendo  psicóticas, permanecem como o fundo existencial não adoecido. Não se trata de uma essência imutável, mas  de singularizações compondo uma multiplicidade, mesmo que seja cortada de seus nexos produtivos,  caso  do esquizofrênico crônico. Sendo assim, tomemos  os processos subjetivos como linhas singulares da existência compondo multiplicidades. Tentaremos estabelecer aportes  mínimos para tais categorias teóricas. Elas se ancoram no exercício de uma clínica  psicopatológica  da  diferença   encravada   em   ações  práticas.
(...)
A.M

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