FIM DE JOGO
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Quando deixei o PT e o governo, em 2003, disse que estava deixando pelo conjunto da obra. Vejo essa expressão retornar nos debates sobre o impeachment. Em 2003, não tinha ocorrido o mensalão e o que se passou até o processo que arruinou a Petrobras.
Todos esses fatos não produziriam ainda um impeachment pela lentidão das investigações e julgamento. Os decretos suplementares, o uso ilegal do Banco do Brasil revelam a ilusão de que o dinheiro cai do céu e podemos gastá-lo à vontade. O populismo orçamentário. De novo, o populismo derruba a esquerda.
Quando vejo jovens gritando “golpe” e outros slogans da esquerda, sinto ternura pelo passado, mas também inquietação. É possível que acreditem que o mal triunfou. A eles está sendo negada uma saudável crítica. No seu lugar, a visão monolítica. Num tempo de reconstrução política e econômica, revolução digital e aquecimento planetário, que papel terá uma esquerda se insistir no papel de vítima?
Blog do Fernando Gabeira, 01/09/2016
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