A relação psiquiatra-paciente está marcada pela história do poder psiquiátrico consolidado no século XX. Nos dias que correm são muitas as suas formas. Existe, por exemplo, a psiquiatria oficial com expressão mercadológica (publicitária, midiática) obtida por meio de associações da categoria (há muitos sites à respeito) e existe a psiquiatria biológica em sua versão humanista, ou seja, a psiquiatria universitária operando pesquisas duplo-cego sob o manto apaziguador da ciência "neutra". São formações institucionais niveladas a uma crença comum: o paciente é um organismo individual (físico-químico) avariado. Resta ao psiquiatra prescrever remédios à mão cheia. E "consertá-lo". Isso garante ao profissional do "cérebro-mente" uma estabilidade profissional, material, acadêmica, um status, território de poder para uma respeitabilidade científica. Assim, antes da terapêutica adotada, invariavelmente psicofarmacológica, o culto à ciência lhe confere o fármaco-verdade ou a verdade do fármaco. Por isso o ato de medicar se reveste de nuances quase sempre desconhecidas e é aceito, em geral, como benefício inquestionável.
A.M.
Obs.: texto revisado e republicado.
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