sábado, 9 de junho de 2018

ESTUDO CLÍNICO SOBRE OS DELÍRIOS - VII

No chamado transtorno do humor (antiga psicose maníaco-depressiva) sintomas delirantes podem estar presentes. Eles tendem a seguir o humor no tom da euforia (mania) ou da hipotimia (depressão). Assim, um paciente em mania expressa delírios de grandeza, místicos, persecutórios, etc, enquanto o deprimido vivencia delírios de destruição, hipocondríacos,  até persecutórios, entre outros. Ora, este é apenas um esquema,  portanto, simplista, para dispor o quadro semiológico das alterações do humor. A presença de delírios persecutórios em ambos os casos evidencia a complexidade da clínica.No primeiro caso (mania) há uma vivência de tal onipotência ("eu mandei Deus criar o mundo") que ele sente que querem matá-lo exatamente por ser megapoderoso. No outro, o deprimido, a vivência é aterrorizante. Infere que se "está tudo ruim, péssimo, horroroso" é preciso achar um responsável; este é o Mundo. A evolução clínica nos dois casos tende a ser a remissão dos sintomas delirantes à medida em que o humor volte ao estado de eutimia (normal). Esse dado configura um prognóstico favorável, já que não há a desorganização mental peculiar a esquizofrenia. No entanto, a fase aguda (psicótica) pode produzir "estragos" na vida social, profissional, familiar, afetiva, etc, difíceis de serem reparados.

A.M.

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