O QUE ESPERAR ?
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Se permanecem impunes um crime de repercussão internacional, como o de Marielle Franco, ou um atentado a tiros contra um ex-presidente da República, o que esperar das investigações sobre assassinatos contra militantes quase anônimos como os líderes comunitários Jefferson Marcelo do Nascimento (Rio de Janeiro), Leandro Altenir Ribeiro Ribas (Rio Grande do Sul), Carlos Antônio dos Santos (Mato Grosso), George de Andrade Lima Rodrigues (Pernambuco), Paulo Sérgio Almeida Nascimento (Pará); os líderes sem terra Valdemir Resplandes (Pará) e Márcio Oliveira Matos (Bahia); o líder quilombola, Nazido Brito (Pará); ou o líder de pequenos agricultores, Katison de Souza (Pará) - todos executados apenas neste ano, em casos sem solução...
Segundo relatório da Anistia Internacional, referente a 2017, o Brasil está entre os quatro países mais perigosos do mundo para ativistas dos direitos humanos, ao lado da Colômbia, Filipinas e México. Conforme a Comissão Interamericana, ligada à Organização dos Estados Americanos (OEA), aqui, em 2016, foram assassinadas 66 lideranças, uma a cada cinco dias. A grande maioria atuava em conflitos em zonas rurais, ligados à defesa dos direitos da terra e à proteção do meio ambiente.
Difícil viver no Brasil e fechar os olhos para a triste realidade que nos envolve. Mais difícil ainda é viver no Brasil e lutar para mudar essa triste realidade que nos envolve... Mas há muitos e muitas que fazem isso... E que estão fazendo isso agora, espalhados por todos os cantos do país, no momento mesmo em que você lê esse artigo...
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Luiz Ruffato, El País 15/06/2018, 09:41 hs
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