domingo, 22 de setembro de 2019

A ARTE DO ENCONTRO

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Todo encontro é marcado por contingências.  O coletivo “antecede” o socius  na produção de  subjetividades . Tudo  se mistura. Se  existe  algo  que escapa aos códigos  estáveis da  razão é o modelo do delírio (um anti-modelo na verdade) que  nos guia  e  impulsiona. Assim,  temos:  o coletivo=o delírio ( código  psiquiátrico  =  a psicose) numa série abstrata tornada concreta na  clínica ou em qualquer situação onde uma zona (existencial) de fronteira se mostre como realidade bruta. Essa é a questão dos campos vivenciais passíveis de contato. Eles são  heterogêneos por sua própria natureza. O contato imediato é com a aventura do Acaso,do Indeterminado e do Desconhecido. Desse modo, o encontro de um terapeuta com o seu  paciente  pode começar no “interior” de si mesmo, em meio  a múltiplos “eus”.  Subjetivo e objetivo se tocam e se trocam...Entramos e estaremos a entrar numa terra de ninguém, inumana, cósmica, via sem retorno, mundo  de Lovecraft. Para fazer uma clínica da  diferença, é preciso a não-clínica  que  com ela  produza territórios subjetivos concretos.Usando a equação  clínica=patológico, o técnico verá o paciente como coisa, ainda que uma coisa valiosa.  Ao contrário, o encontro busca o lado ativo do infinito, o processo, enfim, das  relações  sociais  e  coletivas. 
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A.M.


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