A ARTE DO ENCONTRO
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Todo encontro é marcado por contingências. O coletivo “antecede” o socius na produção de subjetividades . Tudo se mistura. Se existe algo que escapa aos códigos estáveis da razão é o modelo do delírio (um anti-modelo na verdade) que nos guia e impulsiona. Assim, temos: o coletivo=o delírio ( código psiquiátrico = a psicose) numa série abstrata tornada concreta na clínica ou em qualquer situação onde uma zona (existencial) de fronteira se mostre como realidade bruta. Essa é a questão dos campos vivenciais passíveis de contato. Eles são heterogêneos por sua própria natureza. O contato imediato é com a aventura do Acaso,do Indeterminado e do Desconhecido. Desse modo, o encontro de um terapeuta com o seu paciente pode começar no “interior” de si mesmo, em meio a múltiplos “eus”. Subjetivo e objetivo se tocam e se trocam...Entramos e estaremos a entrar numa terra de ninguém, inumana, cósmica, via sem retorno, mundo de Lovecraft. Para fazer uma clínica da diferença, é preciso a não-clínica que com ela produza territórios subjetivos concretos.Usando a equação clínica=patológico, o técnico verá o paciente como coisa, ainda que uma coisa valiosa. Ao contrário, o encontro busca o lado ativo do infinito, o processo, enfim, das relações sociais e coletivas.
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A.M.
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