UM APRENDIZADO
(...)
Tornar-se aluno e mestre de si mesmo requer a multiplicação dos eus, o esquecimento da história pessoal, e como diz ainda Castañeda, a parada do diálogo interno. Toda uma bruxaria santa, todo um ritmo da natureza encravado nas falas mais artificiais e incômodas. É um estilo isso de ser não sendo, esse nomadismo no mesmo espaço e ao mesmo tempo já em Júpiter ou Urano, velocidades aceleradas para os seres lentos que somos. O pensamento voa. Um exemplo de aula: enquanto aqui eu falo da esquizofrenia-doença, aí em vocês e sobre vocês o pensamento percorre continentes, cidades, países, amores, e a aura do invisível cobre esse itinerário tão secreto quanto estranho. Esquizofrenizar o pensamento, ele já esquizofrênico por si mesmo, desde que não há nascedouro, só um meio onde tudo começa e flui, é aprender a pensar. Tudo já estava lá, ou aí, ou aqui, e é mudando a natureza das multiplicidades (o Novo, enfim) que o aprendizado dos signos se faz.
A.M.
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