MIL BATALHAS NA AMAZÔNIA
Na quente manhã de quinta-feira, 29 de agosto, cerca de 20 agentes encarregados de proteger a Amazônia, em oito veículos, cruzam num barco o rio Xingu, no Estado do Pará. Partiram da cidade de Altamira. Sua missão é descobrir pessoas que derrubam árvores numa das áreas protegidas dessa região: o território denominado Ituna Itatá, onde vive um povo indígena isolado.
Após desembarcar os veículos, os agentes seguem o trajeto lentamente por uma estrada de terra com grandes buracos, quase crateras. A viagem dura quatro horas. As pontes sobre os rios são feitas com tábuas precárias e desgastadas. A sensação é que podem se romper a qualquer momento quando o carro passa sobre elas.
A vegetação original nativa, com suas árvores enormes e centenárias, torna-se mais densa à medida que o comboio avança pelo interior das terras indígenas. Mas também há vestígios de destruição: centenas de troncos de madeira dispostos no chão e zonas inteiras com sinais de que foram queimadas para abrir clareiras. Há marcas de máquinas e tratores, indicando que a ação dos invasores é recente. Veem-se também restos de acampamentos, banheiros e caixas d’água de 5.000 litros usados pelos trabalhadores encarregados de destruir essas paragens. Após alguns minutos caminhando entre os escombros da mata, os agentes encontram, surpreendidos, uma pista de pouso em plena floresta amazônica.
(...)
Felipe Betim, El País,Altamira (Pará), 01/09/2019, 21:03 hs
Nenhum comentário:
Postar um comentário