quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Excerto de auto-entrevista -  julho de 2007

P- A  partir   de  que  autores  você   estrutura  essas  idéias?
R- Haveria   que  citar  muitos  nomes. Contudo, destaco os  que  são, sem  dúvida, essenciais  para  construção    da  base  teórica:  Michel Foucault, Gilles  Deleuze  e Félix  Guattari. Acrescento também  a  contribuição  da  Análise  Institucional (Gregório Baremblitt, entre outros) e o pensamento  de  Jacob  Levi  Moreno, criador  do  psicodrama.
P-O seu  discurso  é contra  a psiquiatria?
R-  De modo  algum. A  psiquiatria  jamais  é  recusada   em sua  contribuição  científica  e tecnológica.  Trata-se de  outra  coisa. Ela é, isto sim, interpelada e  posta  no seu  “devido  lugar”,  submetida  às  injunções sócio-histórico-político-econômicas. Buscamos  retirar  o caráter de essência  intocável do  saber  psiquiátrico e    conectá-lo  com  saberes múltiplos vindo de áreas  heterogêneas. Assim, talvez  seja   possível “oxigenar” as concepções e  as  práticas   psiquiátricas  sobre os  transtornos mentais. Essa  é  a idéia.

Antonio Moura - do livro Trair a psiquiatria

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