ACREDITAR NO MUNDO
Mais do que de processos de subjetivação, se poderia falar principalmente de acontecimentos: acontecimentos que não se explicam pelos estados de coisa que os suscitam, ou nos quais eles tornam a cair. Eles se elevam por um instante, e é esse momento que é importante, é a oportunidade que é preciso agarrar. Ou se poderia falar simplesmente do cérebro: o cérebro é precisamente este limite de um movimento contínuo reversível entre um Dentro e um Fora, esta membrana entre os dois. Novas trilhas cerebrais, novas maneiras de pensar não se explicam pela microcirurgia: ao contrário, é a ciência que deve se esforçar em descobrir o que pode ter havido no cérebro para que se chegue a pensar de tal ou qual maneira (...) (...) Acreditar no mundo é o que mais nos falta; nós perdemos completamente o mundo, nos desapossaram dele (...)
G. Deleuze - do livro Conversações
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