sábado, 26 de novembro de 2011

CLÍNICA

Partimos do coletivo  interiorizado em subjetivações. Desse modo,   somos  todos multiplicidades expressando   maneiras  de   ser. Crenças, crenças, de  onde  vieram tantas?   O cérebro  é uma crença. Diga  em que você acredita. Talvez no remédio para o seu mal,  no seu próprio mal, ou em você próprio. Enfim, as  crenças, tão frágeis, tão poderosas, norteiam e fazem consistir  o real. Entre  elas o delírio  insinua-se como tecido de sustentação para um  eu franzino. No entanto, é preciso  viver. A psiquiatria  não quer isso. Ela  só quer  sobreviver  às  custas da reprodução de uma  dependência  abjeta  aos  seus  remédios. São tratores da mente. Desconsideram   a  finura existencial dos  espíritos  livres. Anseiam por um mundo   clean. Ao contrário, há remédios não cadastrados  que impulsionam  a mente  para um desmentido  radical. O corpo “essencial” é  invisível e não capturável pelos  ardis  da  tecno-medicina. O coletivo é a abstração concretizada na carne, onde  vasos, nervos, ossos e vísceras contém o infinito. Chame a  aurora no lugar  do médico. Confesse ao sol no lugar  do psiquiatra. Brinque com a lua  no lugar do hipnótico. Dá certo (...)

Antonio Moura

Nenhum comentário:

Postar um comentário