domingo, 29 de janeiro de 2012

Ó OCEANO!

Velho Oceano, tua grandeza material só pode ser comparada tomando como medida a consciência do que foi necessário em poder ativo para engendrar a totalidade da tua massa. É impossível abarca-te de um só golpe de vista. Para contemplar-te, é necessário que a visão gire como um telescópio através de um movimento contínuo na direção dos quatro pontos do horizonte, assim como os matemáticos, para resolverem uma equação algébrica, examinam separadamente os diversos casos possível, antes de enfrentarem a dificuldade. O homem come substâncias nutritivas e faz outros esforços merecedores de um destino melhor, a fim de parecer gordo. Que inche o quanto quiser, esse adorável sapo. Fico tranquilo, jamais se igualará a ti em grandeza; ao menos,  assim suponho. Eu te saúdo, velho Oceano!

Lautréamont -do livro Cantos de Maldoror

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