"Dizem que a minha paixão
causará minha perdição.
Não importa
que seja o próprio demônio.
Eu sei como morrer.
Valentina, Valentina.
Lanço-me no teu caminho.
Se devo morrer amanhã
por que não hoje, de uma vez por todas?"
Todo o meu ser vacilou sobre o impacto daquela inconcebível justaposição de valores. Nunca uma canção significara tanto para mim. Ao ouvi-los cantar aqueles versos, que normalmente considerava transbordantes de sentimentalismo barato, achei que compreendia o caráter do guerreiro. Dom Juan havia repetido que os guerreiros vivem com a morte do lado, e do conhecimento de que a morte está com eles retiram a coragem para enfrentar qualquer coisa. Ele dissera que o pior que nos pode acontecer é termos que morrer, e já que esse de qualquer modo é nosso destino inalterável, somos livres; aqueles que perderam tudo, nada mais tem a temer (...)
Carlos Castañeda - do livro O fogo interior
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