quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

PSICOFARMACOLOGIA: MAIS, AINDA...

A  crítica ao uso de psicofármacos pode ser apenas  superficial. Considerar que,  em geral,   muitos  remédios  são usados em  doses excessivas para as necessidades do paciente, é um fato quase óbvio. Isto    constitui a verdade   da psiquiatria atual (mesmo e principalmente se ela não admitir) e  é   o nível da crítica rasa a que aludimos.  Há, contudo,  entre os  vários enfoques,  um mais profundo . Pergunta-se: que pensamento teórico dá condição de possibilidade (e um vago sentimento ao psiquiatra de estar cumprindo com seu dever... de médico)    à psiquiatria para entupir  o paciente com remédios químicos, e pior, fabricar uma subjetividade farmacológica? Este  pensamento é o da física clássica, mecanicista, determinista,  e que busca cientificamente  a  linearidade  causa-efeito, mesmo que  às  custas  de uma  interrupção e/ou destruição  dos processos do desejo. Ou melhor, a própria negação e  sabotagem dos devires (afetos) é condição básica   para a psiquiatria atuar. Por acaso, ela, a  psiquiatria dispõe de uma teoria da afetividade? Dê um olhada nos seus compêndios e tratados... Quanto aos artigos atuais em revistas especializadas, nem olhe...

Antonio Moura

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