O SILÊNCIO FALA
É preciso, assim, reconhecer no rosto uma linguagem do silêncio. Ele fala a língua universal das paixões, que ultrapassa a própria palavra, pois é mais imediato e mais eficaz. O rosto se oferece em uma legibilidade primeira, antes dos códigos e dos saberes. Talvez até essa linguagem do corpo revele o estado primeiro da língua, sua condição de possibilidade, a origem de toda retórica. Talvez ele dê acesso a uma dimensão simbólica anterior às palavras, a uma semiótica do silêncio que a palavra já não viria confundir (...)
Jean-Jacques Courtine e Claudine Haroche - extraído do texto de apresentação do livro A arte de calar de Dinouart
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