PERCEBER O SEM - FORMA
O encontro com o paciente substitui o exame, já que o paciente “se sustenta” pelos afetos. O exame não capta os afetos. Ele busca visibilidades. Mas a mente não é visível, mensurável ou palpável. O humor é o afeto que mais se aproxima de uma “mensuração”. Há graus de variação a respeito [1]. Desse modo, a opção pela pesquisa do humor não deixa de considerar a sua importância semiológica. A clínica do Humor é uma prática que se impõe, às vezes de forma positivista, fabricando deprimidos crônicos no lugar de subjetividades potentes. Deprimidos crônicos ou ex-deprimidos agudos. Contudo, para além do humor, afetividades insistem. O problema é: quem as detecta? Os afetos são mais profundos que o humor, se ligam às crenças e é através delas que o paciente obtém uma consistência básica para existir. “Eu acredito”, diria alguém, mas “acredita em quê?” (...)
Antonio Moura
[1] Ver Andreasen, N. C., Admirável Cérebro Novo, Porto Alegre, Ed. Artmed, 2005, p.176, “ o termômetro do humor”.
Ontem eu vi um louco. Finalmente.
ResponderExcluirEnjaulado lá, me olhando, meio curioso. Ambos curiosos, eu e ele. Que criatura estranha!
Para um primeiro contato, foi muito interessante. Houve o encontro.
Graças a Deus eu estava seguro, ele não podia me fazer mal, não podia atravessar o Mundo Invertido, o louco estava preso. Ufa!
Ele estava lá, do outro lado, do espelho, sério.
E eu sorrindo...