domingo, 24 de dezembro de 2017

DA NATUREZA DO INCONSCIENTE

(...) A sexualidade não é um meio a serviço da geração; a geração dos corpos é que está a serviço da sexualidade como autoprodução do inconsciente.(...)A sexualidade não é um prêmio para o ego em troca da sua subordinação ao processo de geração; ao contrário, a geração é que é a consolação do ego, seu prolongamento, a passagem de um corpo a outro, através da qual o inconsciente apenas reproduz a si próprio em si mesmo. É precisamente neste sentido que é preciso dizer: o inconsciente foi sempre órfão, isto é, sempre engendrou-se a si próprio na identidade da natureza e do homem, do mundo e do homem. É a questão do pai, é a questão de Deus, que se tornou impossível, indiferente, de modo que dá no mesmo afirmar ou negar um tal ser, vivê-lo ou matá-lo: um só e mesmo contrassenso sobre a natureza do inconsciente.
(...)

Gilles Deleuze e Félix Guattari in O anti-édipo

Nenhum comentário:

Postar um comentário