DA NATUREZA DO INCONSCIENTE
(...) A sexualidade não é um meio a serviço da geração; a
geração dos corpos é que está a serviço da sexualidade como autoprodução do inconsciente.(...)A sexualidade não é um prêmio para
o ego em troca da sua subordinação ao processo de geração; ao
contrário, a geração é que é a consolação do ego, seu prolongamento,
a passagem de um corpo a outro, através da qual o inconsciente
apenas reproduz a si próprio em si mesmo. É precisamente
neste sentido que é preciso dizer: o inconsciente foi sempre órfão,
isto é, sempre engendrou-se a si próprio na identidade da natureza
e do homem, do mundo e do homem. É a questão do pai, é a questão
de Deus, que se tornou impossível, indiferente, de modo que
dá no mesmo afirmar ou negar um tal ser, vivê-lo ou matá-lo: um
só e mesmo contrassenso sobre a natureza do inconsciente.
(...)
Gilles Deleuze e Félix Guattari in O anti-édipo
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