SEMPRE HOUVE NOTÍCIAS NEGATIVAS
Creio que, como eu, a maioria da população brasileira deve encerrar o ano de 2017 como aquela sensação de que “já vai tarde”, tal a carga de notícias negativas que tivemos que suportar ao longo dos últimos doze meses. E creio que, tal como eu, a maioria anseia pela chegada de 2018, pois cultivamos a ilusão – necessária para que possamos sobreviver – de que a simples mudança no calendário trará modificações substantivas na vida pessoal e coletiva. Embora no fundo saibamos que tudo não passa de fantasia, jogamos fora o caderno velho, cheio de anotações, amassados e rabiscos, para iniciarmos outro, novinho, que prometemos usar com capricho.
Mas o que será que, efetivamente, nos aguarda em 2018? Porque, por mais que almejemos os melhores cenários, temos que estar preparados para as intempéries. É como naquela história dos Três Porquinhos, na qual o mais prudente, o que construiu sua casa de alvenaria, consegue não só escapar do Lobo Mau, como ainda pode dar guarida aos dois irmãos mais negligentes, que ergueram suas casas com palha e madeira. De certo, temos que o evento mais importante do ano, as eleições para Presidente da República, governador, deputados federal e estadual e senador, ganharão as ruas somente após a Copa do Mundo da Rússia. E isso, por si só, já é preocupante..
(...)
Luis Ruffato, El País, 13/12/2017, 23:07 hs
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