APENAS UMA COR
Ninguém fala mal de Willem Dafoe (Appleton, Wisconsin, 1955) na indústria do cinema. Nem os técnicos, nem os diretores, nem os jornalistas. Pouca gente é tão amável e educada quanto ele no showbusiness, e por isso o Urso Honorário ao ator pelo conjunto da carreira nesta edição da Berlinale foi tão aplaudido. Por isso e também porque efetivamente ele acumulou na sua mochila mais de cem filmes de diversos gêneros e nacionalidades, rodando em qualquer parte do mundo à procura desse algo especial que diz motivá-lo na hora de selecionar projetos. Três vezes indicado ao Oscar, a última este ano graças a Projeto Flórida (e tampouco parece que vá ganhar, apesar da imensa qualidade de seu trabalho), em Berlim o ator, numa entrevista coletiva onde se permitiu várias brincadeiras, desmistificou seu processo de escolha de trabalhos,definindo a sua profissão de um jeito meticuloso: “Não tenho agenda, e por isso não me importa se o que me oferecem são personagens protagonistas ou secundários. Eu sou só a criatura, o animal ou o sentimento que alguém necessita para filmar sua visão. Sou apenas uma cor da qual um pintor necessita”.
(...)
Gregorio Belinchón, El País, Berlim, 22/02/2018, 13:48 hs
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