PSIQUIATRIA DA DIFERENÇA
Reproduzir a realidade, decalcá-la na busca de um modelo estável, não é pensar. Diferente disso, pensar é sair da cognição do mundo em prol da criação de mundos. Por motivos diversos, " pensar é um exercício perigoso". Citemos dois: 1-o despedaçamento de categorias teóricas sustentadas pelo conceito de identidade, e por extensão, do verbo ser, já que é impossível estancar o devir. 2- pelo efeito direto do ato de pensar sobre as instituições que balizam a subjetividade moderna e o funcionamento do eu, gerando uma perda (irreversível) das referências de sentido. Ora, o pensamento, numa acepção deleuziana, compreende a ciência, a arte e a filosofia, não havendo qualquer superioridade de uma forma sobre a outra. No caso de uma psiquiatria da diferença, ele arrisca-se a sair do circuito fechado das neurociências e adentra à filosofia e à arte como prática social de experimentação: a clínica.
A.M.
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