UM PT SEM PETISMO? (*)
Se há algo de que o Brasil não necessita para se renovar é um Partido dos Trabalhadores agressivo, com vocabulário de guerra, pedindo à sociedade desobediência civil e aos trabalhadores que incendeiem as ruas. Uma esquerda assim está mais para o sonho dos extremistas de direita, não de quem busca caminhos de diálogo. Essa esquerda beligerante é a encarnada hoje por duas figuras jovens: Gleisi Hoffmann, senadora e presidente do PT, e Lindbergh Farias, líder do partido no Senado. Uma esquerda que está encurralando as figuras e as ideias mais sensatas que haviam criado o PT democrático.
Sou dos colunistas que escreveram muitas vezes que o Partido dos Trabalhadores representou, em seus melhores momentos, um guia não só para o Brasil, mas para a esquerda da América Latina, como um incentivo contra as injustiças sociais em um continente vilipendiado pela pior das desigualdades entre ricos e pobres. Hoje, aquela esquerda se encontra, porém, desorientada, com Lula condenado por corrupção a 12 anos de prisão e, provavelmente, impossibilitado por lei de disputar as eleições. Mas não é nos momentos de maior crise interna de um partido político da envergadura do PT que seria necessário, em vez de atiçar o fogo do enfrentamento, buscar caminhos novos de superação da crise, com os nervos calmos e o cérebro lúcido?
(...)
Juan Arias, El País, 02/02/2018, 14:39 hs
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