SOBRE OS CÍNICOS
Os Cínicos fazem parte de uma escola socrática menor que surgiu após a morte de Sócrates, por volta de 399 a. C.. Dentre sua figura de maior representação está Diógenes de Sínope. A palavras “cínico” vem do grego, Kynos, que significa “cão”. Há inúmeras teorias que tentam explicar porque os Cínicos teriam ganhado este apelido, mas a mais provável e direta é porque eles simplesmente viviam e se comportavam como cães.
Os Cínicos têm uma missão, eles se portam como cães de guarda, latindo e procurando mostrar àqueles que estão em volta a hipocrisia e insanidade na qual transformaram suas vidas. A postura cínica consiste em morder a perna do homem, mostrando a eles sua verdadeira natureza, ao invés de as deixarem afundar cada vez mais em sua depravação.
O devir cão não passa pelos poodles de madames, histéricos e mimados. Diógenes de Sínope, por exemplo, é um cão de caça. Ele está sempre atento, sempre à espreita: late para os ignorantes, mas respeita os sábios; rosna com ferocidade para os poderosos, mas chama a atenção amigavelmente mordendo a barra da calça de seus amigos. O Cínico é odiado por muitos e admirado por poucos porque ele, e apenas ele, suporta a vida que impôs a si mesmo.
Para a filosofia dos Cínicos, a ordem: “animal – homem – Deus” é subvertida. É preciso trocar de lugar o homem com o animal. Por isso, para eles, a animalidade é uma evolução em relação à cultura. A cultura é o que afasta o homem da natureza, caminho reto e necessário para a felicidade. Por isso um representante do cinismo realiza suas necessidades naturais na frente de todos sem se envergonhar: come quando tem vontade, dorme onde encontra espaço, se masturba quando precisa. As necessidades naturais devem prevalecer sobre as convenções, costumes e normas. Diógenes assumiu o apelido de cão como se este fosse seu verdadeiro nome, porque a natureza é maior que a cultura e os costumes.
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Do site Razão inadequada, acessado em 08/06/2019
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