terça-feira, 23 de julho de 2019

A DOENÇA-HOMEM

Entre as forças mortíferas que massacraram e massacram o desejo na história da humanidade, há muitas, tantas, tantas mesmo que não caberiam neste pequeno escrito.Mas, como não citar, pelo menos, a Religião, o Estado, a Escola e a Família? A sensualidade, a alegria de viver os encontros, alegria gratuita, a arte de criar, criar a si mesmo, criar uma ciência, uma ciência menor atenta aos devires, a generosidade para além das fronteiras mesquinhas do Estado-nação, o acontecimento-amar, o anti-mercantilismo, o sentimento de cidadania terráquea, o salto sobre o abismo do nada, a  aliança com a natureza (que somos nós), a prevalência da ética sobre a política, a política como substituição dos rebanhos humanos e dos zumbis vagando pela superfícies do mundo por subjetividades múltiplas,singulares, enfim, tudo isso e muito mais é capturado por forças que estão por toda a parte, nem sempre visíveis, mas sempre atuantes e devastadoras. O fascismo, hoje. Ele constitue o Inconsciente representativo, edipiano, familiar e molar que trabalha no interior de todos nós, inclusive nas esquerdas. Nem falaremos das matanças explícitas de milhões. Nem falaremos das invasões bárbaras. Ou do anarquismo humilhado nem dos libertários torturados.O fato inequívoco é o de que basta alguém querer, basta alguém ir indo, basta alguém querer experimentar por sua conta o milagre da vida, basta alguém querer experimentar no seu canto para que o muro se mostre como fronteira não ultrapassável da racionalidade mais torpe, arrogante e sedutora. No caso verde-amarelo,  avançamos... para onde? Para onde, José?

A.M.

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