segunda-feira, 22 de julho de 2019

CONSCIÊNCIA E PSICOPATOLOGIA

(...)  É o plano da matéria. Assim, imagem é igual a matéria. Estendendo   a equação:   imagem= movimento=matéria=luz.  Trata-se de abrir  uma   outra   perspectiva, colocar  a  subjetividade  como  descentrada em  relação  à  consciência, ao  eu  e ao indivíduo. No Encontro,  o que  se percebe do paciente? Se sairmos do âmbito estreito do exame psíquico e dispositivos  correlatos, perceberemos algo que não sabemos o que é, mas  intuímos conforme linhas  moleculares. A clínica se constituirá, pois, como um campo de imagens. São vibrações, estremecimentos, fluxos de toda ordem não registrados em manuais e protocolos terapêuticos. Corpos  em relação  contínua, ação e reação uns com os outros.Como nem todos  os corpos  são  visíveis, a realidade  do paciente  não é acessível pelos meios propedêuticos usuais. Acessá-la é traçar  linhas perceptivas não marcadas por clichês. Temos então o problema de uma consciência considerada  como produção e não como produto. A consciência  não é  um “estar aí” a priori mas o efeito de um movimento mais radical e profundo que a ultrapassa  e a precede: o caos. Na verdade ela é uma tela. Uma clínica que  problematiza a consciência começa pelo caos.  Se ela  se  limitar  a reproduzir  a consciência,  também será uma tela. Ou  seja,  os  problemas  reais de uma subjetividade  “doente” não serão  tocados.   
(...)

A.M. in Trair a psiquiatria

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