CONTRA A MARÉ
Quando a FIFA anunciou que o Brasil abrigaria a Copa do Mundo de 2014, iniciou-se uma corrida entre municípios e estados para apresentar candidaturas à sede do maior torneio de futebol do planeta. Sem grande tradição no esporte, Maceió e São Luís chegaram a cogitar a hipótese, mas, diante do exorbitante custo para cumprir requisitos de reforma e construção dos estádios, acabaram desistindo de sediar o evento. Agora, cinco anos depois da Copa, enquanto algumas cidades ainda não entregaram obras de mobilidade urbana prometidas ou congelam recursos na educação após investimentos milionários em arenas, as capitais de Alagoas e Maranhão driblam a crise econômica abrindo novas bibliotecas.
Em 2008, o então governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), avaliou a ideia de São Luís sediar a Copa. Porém, se assustou com as exigências do “padrão-FIFA”, que elevariam os gastos na reforma do estádio Castelão para uma cifra na casa das centenas de milhões de reais. A capital maranhense nem sequer pleiteou vaga entre as cidades-sede. Já no governo de Roseana Sarney (MDB) [2009-2014], as obras de restauração do Castelão foram concluídas a um custo de 28 milhões de reais. Apesar do lobby favorável de Fernando Sarney, dirigente da CBF e irmão da governadora, a cidade entendeu que não seria viável se habilitar para receber o Mundial.
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Breiller Pires, El País, São Paulo, 14/07/2019, 9:55 hs
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