O Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) criaram em 2015 a campanha de prevenção ao suicídio chamada "Setembro Amarelo". A ação buscava prevenir atos suicidas através o método de informar/comunicar a população sobre o tema. Tais entidades civis, a priori, consideram que sabem mais sobre o suicídio do que a sociedade em geral. Estão autorizadas (cada uma a seu modo e do seu lugar social) a orientarem as pessoas e em consequência evitar que se matem. Assim, a campanha se instala sobre a linha empírica, a do ato concreto do suicida. Tenta evitá-lo e para isso recorre à conscientização. Atitude positiva. No entanto, sem entrar no mérito de "por que se quer morrer?", é possível levantar a questão de que produzir uma campanha anti-sucídio não acaba paradoxalmente incitando a vontade de se matar? O contágio subjetivo via fluxos de imagens lembra que estamos na era da subjetividade fabricada. Informar/comunicar é um dos seus métodos. Era setembro. Um paciente do Caps II indagou: "esse é o mês do suicídio?"
A.M.
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