sábado, 15 de outubro de 2011

DOMÍNIO

O homem branco, adulto, ocidental, cristão, heterossexual, casado, dispondo de um capital cultural e de um volume de bens materiais codificados, aparece como modelo a quem se reserva a utilização e a detenção dessa violência social autorizada e legitimada. Aqueles sobre os quais ela se exerce são com muita frequência seu contraponto, sua contradição: as mulheres, as pessoas de cor, os jovens, os adolescentes ou os velhos, os muçulmanos - que se pense na acepção deste termo dentro dos campos de concentração -, os homossexuais, os incultos, os analfabetos, os pobres, os deficientes físicos e mentais, e aqueles que eu chamaria, de modo geral, os celibatários,  para inscrever sob essa rubrica todos que assumem fundamentalmente e visceralmente sua parte de solidão, sua identidade como indivíduos soberanos e rebeldes, solares e solitários.

Michel Onfray - do livro A política do rebelde - Tratado de resistência e insubmissão

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